Grow (e ser feliz)

Um dia a minha filha Mafalda, de 6 anos, perguntou-me – Mãe, tu tens um emprego?
Eu – Não! O meu emprego sou eu.
Mafalda – Como?
Eu – Nem toda a gente tem que ter um emprego filha! Um emprego implica ter um patrão e trabalhar para uma empresa. Eu trabalho para mim! Tenho trabalho, mas não um emprego.
Mafalda – E quando me perguntarem o que fazes?
Eu (a imaginar que a pergunta vinha da professora) – dizes que a tua mãe é empresária.
Mafalda – as minhas amigas não vão entender…
Eu – dizes que a mãe ajuda outras pessoas a serem melhores pessoas, ganharem dinheiro e serem felizes!
Mafalda – Acho que só me vou lembrar da parte de ser feliz!
Eu – então é isso que tens que dizer. Quando te perguntarem o que a mãe faz, dizes que a mãe é feliz!
E sobre isso que é esta página ❤

IMG_5930

Saudades do que foi nosso

Hoje dei comigo a pensar na minha antiga casa. A ter saudades do espaço, do cheio, da sensação de pertença, de estar num lugar que era uma extensão de mim.

Estes pensamentos levaram-me à pergunta “também somos o que temos?”. Se somos o que temos também, para onde vai essa parte do ser quando o deixamos de ter? Ou simplesmente não somos o que temos? Mas se não somos, como poderia eu sentir aquele espaço tão “eu”?

Acho que o mesmo se aplica às relações, às pessoas que temos como nossas (que na verdade nunca são nossas) com quem sentimos parte de nós ser em conjunto. Eu só sou mãe porque tenho os meus filhos!

Talvez tudo um pouco seja verdade e o que nos custa a ver (ou talvez só me custe a mim) é que nós somos constantemente transformação. Somos um pouco disto hoje que evolui para um pouco daquilo. Talvez seja aí que esteja a magia do ser… nunca é estático. As coisas e pessoas acompanham-nos, fazem parte de nós até deixarem de fazer, ficando apenas fragmentos no nosso ser… ser esse que se transforma, que se veste de algo e se vai despindo ao mesmo tempo.

Para onde foram?

Lembro-me tantas vezes de me dizerem “aproveita bem o tempo que passa a correr!” quando os meus filhos eram bebés. E eu pensar “estou a aproveitar”. E estava mesmo.

A questão não tem tanto a ver com a velocidade do tempo, mas com o facto de ele passar mesmo. Eles vão crescendo mas temos aquele sentimento (esperança) inocente que vão ser sempre os mesmos independentemente do tamanho. Afinal, são os nossos. Só que não… não vão ser sempre os mesmos.

Em pequenos concordam connosco. O que lhes dizemos faz todo o sentido e sentimos a sua admiração por nós. Querem estar perto, absorver, abraçar as nossas ideias. Olhar para o mundo com os nossos olhos. Podemos abraçar e dar beijinho e sentimos um orgulho incrível quando lhes sai pela boca algo que sentimos que fomos nós que ensinámos. E as gargalhadas? Aquele riso espontâneo e alegre que gostaríamos de congelar no tempo…

Acontece que, felizmente, eles são seres independentes. Com o seu crescimento vêm novas ideias, novas opiniões de amigos e youtubers (sim, estamos nessa geração), novas experiências, novas lógicas, novas emoções. De repente passam a não partilhar tanto. Resolver um problema já não se trata de chorar e pedir ajuda à mãe… já não existem beijinhos milagrosos que curam tudo. Os abraços já são mais espaçados e adormecer no nosso colo está completamente fora de questão. E as gargalhadas? Parece que nada tem assim tanta piada! São mais raras… talvez as guardem para soltar com os amigos, em temas que nas suas mentes, obviamente, nenhum adulto iria entender.

Olhamos para eles com todo amor e agradecemos por realmente teremos aproveitado todos os momentos possíveis. E imaginamos que aqueles seres ingénuos e doces de alguma forma estejam ainda dentro deles! Se não… para onde foram?

Na adolescência existe uma necessidade de rasgar, de encontro com quem são realmente, de afastar aquilo que sentem que já não lhes serve. E ainda bem! Que tenham as bases onde voltar sempre que for necessário. Deixemos voar! E cair e levantar. Experimentar e ser quem querem ser.

Esta é uma nova aventura. A da adolescência. Que me traz tanto também. Tenho crescido com os meus filhos, porque para ser sincera também eu já não sou a mesma. Nenhum de nós é! Que esse crescimento possa ser em harmonia, suave e com respeito por cada personalidade.

Quanto ao passado, o que já foi… quem já fomos… restam-me as memórias, as histórias e o culminar de todas elas que é o presente. E a mensagem que não me sai da mente “aproveita bem todos os momentos”.

Enquanto espero…

Enquanto espero pelo momento ideal para avançar o tempo passa… os miúdos crescem, o meu corpo muda.

Enquanto espero por aquela pessoa que serei, que admiro, que não se deixa vencer por bloqueios, medos ou apatias… afasto-a cada vez mais…

Enquanto espero aumento a dimensão do tempo entre mim e o meu objetivo.

E ainda assim há dias que espero!

Em algum momento parece que congelaram o tempo. Que me congelei. Que perdi o fio que seguia da minha vida. E não sei para onde foi tanto tempo, como se algo quebrasse uma sequência. Como se um grande buraco tivesse engolido uma parte de mim.

E enquanto espero, uma irritação interna vai crescendo… uma voz de miúda vai ganhando força para gritar: PÁRA DE ESPERAR!!!

ah… as emoções…

A tua mente sabe tão bem a forma certa de fazer! Exatamente o que é necessário e como se devem desenrolar os acontecimentos. O que faz sentido e o que não. E até o que te faz bem e o que te prejudica. E dizes a ti própria que estás tão crescida! Que orgulho! Tomas a decisão de não deixares que ninguém perturbe a tua energia. Decides que vais estar tranquila, em paz e harmonia. Vais olhar para o mundo com gratidão e um sorriso suave no rosto! Está decidido! E afinal, nós somos as decisões que tomamos! Tu sabes isso! Não é novidade que nunca é o que acontece, mas a forma como reages. E essa está no teu controlo. Tu tens esse poder.

E depois… de repente… do nada… sem aviso… tens um remoinho dentro de ti, que nem sabes bem de onde vem… só porque as coisas não correram como esperavas. Alguém trocou-te as voltas, desorganizou os teus planos, disse o que não devia… E… apesar de saberes tão bem!!! Perdeste o controlo! Não para fora (felizmente já aprendeste a respirar antes de agir). Mas dentro de ti!

Mais tarde, olhando para trás, tudo parece tonto. Não havia necessidade de tanto. Ainda tens muito por crescer. Ainda bem! A vida é mesmo isso, constante crescimento. Fazes as pazes contigo mesma e percebes que são mesmo assim as emoções. Rebeldes, com vontade própria. Aos poucos vais escolhendo as certas!

Em busca de mim

Há uns dias que ando com esta ideia de voltar a escrever. E que talvez seja altura de voltar a ter um blog. Quando fiquei grávida do Francisco comecei um blog, para contar aventuras e desventuras da maternidade. Cheguei a contar várias histórias dos meus filhos, mas depois fui deixando… fui-me envolvendo com o dia a dia talvez, ou simplesmente vivendo o presente… não sei! Deixei de escrever por lá.

Mas voltado à ideia que tem ocupado a minha mente… resolvi ir ao google e escrever “criar um blog” e ao entrar no wordpress descobri que tinha este blog antigo… mal começado… mal acabado… com meia dúzia de textos. “Descobri” é mesmo a palavra certa porque não me restava qualquer memória de ter um blog por aqui! A última publicação é de 2018. Foi uma descoberta agri-doce. Como é possível ter esquecido? Mas foi bom ter-me reencontrado com a minha escrita.

A ideia era fazer um novo blog. Veio-me à mete o titulo “À procura de mim” que mais tarde passou para “Em busca de mim”. E esteve mesmo preste a nascer noutra plataforma. Quero pegar neste conceito de reencontro comigo mesma, sair do piloto automático, reconectar com as minhas paixões, escutar-me, dar asas a pensamentos. Mas, como todos nós somos feitos da nossa história, resolvi, em vez disso, pegar novamente neste blog. Dar-lhe outra oportunidade. E aqui estou. Com teclas por baixo dos dedos. Em busca de mim!

Eu estou bem, estás a ouvir?

kidOntem depois do jantar e antes de ir para a cama o meu filho de 10 anos disse-me que estava mal disposto. “O meu estômago está com demasiado odor a queijo…” queixou-se meio dobrado (É assim que ele às vezes descreve o que sente… por exemplo uma dor de cabeça, parece um tomateiro a ganhar raízes…)

“Veste o pijama, coloca-te direito e senta-te um pouco no sofá enquanto eu deito a tua irmã.”

Quando cheguei à sala, 5 minutos depois, já estava animado. “Então? Já estás melhor?” “Já estou bem! Resolvi estar bem e dizer ao meu cérebro que estou bem! E ao estômago disse: Não venhas cá com coisas que eu estou bem, estás a ouvir? Deixa-me em paz! Já te disse que estou bem e não quero saber! Por isso não te ponhas a inventar que eu cá não vou ficar mal disposto!”

E assim foi. Foi para a cama bem disposto.

Acredito que podemos realmente comandar os nossos sentimentos e que o nosso cérebro é uma máquina brutal. Faz o que lhe mandamos fazer. Acredita no que o mandamos acreditar. Devíamos usar mais este poder! Estar bem é uma decisão!

Como o meu filho tem apenas 10 anos o nível de crença dele é maior. Ainda não levou com meio mundo céptico a dizer que as coisas não são bem assim. E como acredita, acontece… tem o poder de fazer acontecer.

Ponho-me a pensar… como seria o mundo se todos resolvêssemos acreditar que somos felizes?

 

Nós os bons somos mais

IMG_8274

“Nós os bons somos mais”.

A primeira vez que vi esta frase foi num congresso e estava em Espanhol. Numa apresentação dada pelo Venezuelano Santos Lever, mentor no projeto em que trabalho. “Los Buenos somos mas” aparecia no grande écran. Ele vive num país com altas dificuldades e ainda assim falou-nos em abundância e numa atitude positiva perante a vida. Não deixou que as circunstâncias ditassem a sua vida . Porque ele acredita que, de facto, nós os bons, somos mais.

E somos mesmo!

Numa sociedade construída com medos e desconfianças às vezes leva-nos a pensar que há mais gente má que boa. Mais truques escondidos na manga e mais vontade de enganar. Numa ótica ganhas tu ou ganho eu. Mas isso não é verdade! Esta muito longe da verdade de facto! Em cada um de nós há uma coração desejoso de viver e vibrar em amor. O segredo é não deixar que as circunstâncias ditem a nossa vida, como fez o Santos Lever! Como fazemos nós na Teamway!

Pegamos nos nossos sonhos e começamos a dar-lhes forma. E gritamos ao mundo que aqui, só nós podemos ganhar esta “guerra”. Que até podemos ter perdido batalhas, mas sabem que mais? Nós os bons somos mais! E quando nos juntamos nada nos pára!

Somos mais em número, somos mais em amor, somos mais em esperança, somos mais lutadores, somos mais crentes, somos mais fortes, somos mais agradecidos, somos mais corajosos, somos mais solidários, somos mais donos da nossa vida. E brilhamos mais também!

Nós os bons somos mais! E somos muitos! E estamos cá para mudar o mundo!

 

A longo prazo

97340-93952

Tenho ouvido isto muitas vezes ultimamente! “Projetos a longo prazo”. Até aqui tudo bem. Nem tudo tem que ser para agora… Mas há uma grande diferença entre ter resultados a longo prazo e começar “um dia lá para o futuro”.

O que me parece pertinente é entender que tudo o que é a logo prazo começou algum dia a curto prazo. As coisas não tendem a acontecer de um dia para o outro ou num piscar de olhos (pelo menos as coisas que valem mesmo a pena e são duradouras) e às vezes parece-me que confundimos os resultados com o inicio das ações.

Como se diz, o caminho faz-se caminhado, há que começar a dar os primeiros passos!

Já que estamos numa época propícia a desejar novos objetivos para a nossa vida, bora lá fazer as coisas como deve de ser desta vez. Meter realmente prazo nos nossos objetivos (sim, mesmo fixar datas para os concretizarmos, sejam meses ou anos) . E perceber que para lá chegarmos, temos que passar por várias etapas. Para recebermos temos que semear primeiro. E muitas vezes o acto se semear é mais longo, mais duro e aparentemente menos compensatório. Mas nada dá frutos se não for semeado antes.

Então, se eu um dia quiser escrever um livro, tenho que começar já a praticar, a escrever textos, a treinar, a escrever artigos, a dar para outros lerem… Se quiser construir a casa dos meus sonhos tenho já que procurar terreno, fazer esboços, pesquisar decoração… Se quero ser livre financeiramente tenho que começar já a por em prática um plano de acção… Se quero ser feliz, tenho que começar já a sorrir. E por aí a diante…

A não ser que tenham uma varinha mágica que faça tudo acontecer no momento por magia, comecem já os vossos planos de longo prazo. Mãos à obra. Estamos cá todos para nos conquistarmos, para vivermos a melhor versão de nós mesmos e não temos os sonhos que temos por acaso. Cria a vida que queres viver. Torna-te já a pessoa que te vês ser a longo prazo.

A pergunta chave é “Estas a fazer hoje o necessário para esse teu sonho se realizar?”

 

 

 

 

 

Nunca mais me zango com os miúdos!

 

Hoje prometi a mim própria que nunca mais me zangaria com os meus filhos. Para quê? As zangas só roubam energia, ninguém sai de uma contente nem cheio de auto-estima! E eu em particular sinto-me mesmo mal depois de deixar toda a minha energia e frustração fugir pela boca. Imagino que eles também não gostem! Aliás, sei obviamente que não gostam! Um dos agradecimentos da minha filha hoje de manhã foi “agradeço que a mãe só se zangue connosco pelo nosso bem!” Partiu-me o coração. Tinha acabado de dizer ao meu filho que não queria que ele estudasse por mim (ele tinha-me dito que só estudava porque eu o mandara estudar e que era uma seca). Podia ter dito de forma calma… mas não. Já estava com os nervos dos atrasos matinais (que na verdade nunca se revelaram atrasos mesmo reais) e saiu tudo em forma de explosão “por mim?? Não quero que estudes por mim! Deves estudar por ti! E se não quiseres não estudes! A vida é tua! Não deves fazer as coisas pelos outros, o que decidires fazer faz por ti. Olha, nem precisas trazer os livros para casa! Vou amar-te igualmente se tiveres zero a tudo, isso podes ter a certeza. Vê lá se queres continuar a ir a escola…” o pobre olhava para mim incrédulo e só conseguiu reponder “não, não! eu quero ir a escola!”

Enfim… coisas parvas que nós humanos às vezes fazemos.

Depois fiz a tal promessa a mim mesma. Nunca mais me zango. Isto é uma estupidez. E eu não sou uma pessoa estupida. Sei mais que isto. Sei fazer melhor.

Amanhã talvez faça a mesma promessa depois de me zangar com eles por andarem a passear pela casa à procura de brinquedos para levar para escola enquanto lhes digo pela quarta vez “isso era para fazer ontem à noite antes de ir para a cama! Agora estamos atrasados!”

Ou talvez não! Talvez respire fundo e me lembre que não é a solução. Que eu sei fazer melhor. E que uma promessa é para ser cumprida.

 

 

Tu não és estático

4

Sabes aquela pessoa, que não vias há tanto tempo e encontras por acaso… e que, apesar de terem passado anos e anos parece continuar igual? Mais velha… mas igual! O mesmo tipo de conversas, a mesma mentalidade, o mesmo tipo de actividade, as mesmas crenças. Parece que o mundo passou por ela, mas ela não passou pelo mundo. Não absorveu mais nada! Vive o dia-a-dia igual, como vivia há 5 anos atrás.

Eu não quero ser essa pessoa!

Mas às vezes encontro pessoas que já não vejo há muito, que partem do princípio que eu sou essa pessoa. Acham que me conhecem. Acham que as minhas atitudes e respostas são as mesmas, que acredito nas mesmas coisas, que uso a mesma linguagem, que tenho o mesmo estilo e os mesmos pensamentos. Só que não! Eu cresci! Todos os dias cresço e transformo-me.

Tal como um programa de computador que vai tendo actualizações, nós próprios também nos vamos actualizando. Criando melhores versões de nós mesmos. Ou pelo menos, se não o fazemos devíamos… porque computadores velhos não têm o mesmo desempenho. Essas pessoas que pensam que continuo igual esqueceram-se de “ler” a minha actualização.

Nós não somos estáticos. Se tivermos atentos, todos os dias aprendemos. Cada desafio é uma aprendizagem, um passo para a nossa versão mais actualizada. Gosto de acreditar que caminho para a minha melhor versão.

Quando olho para trás, vejo uma Marta que já não sou. E não há nenhum mal nisso, antes pelo contrários. Tenho orgulho de quem fui, mas muito mais de quem serei!

Tu não és estático. Muda. Experimenta. Tenta algo diferente. Talvez encontres a tua melhor versão.